Feminice do dia: busca pela utilidade

01:48

O título foi uma reflexão sobre a minha própria vida. E conversando sobre isso, cheguei a mais perguntas.

O mundo impõe um ciclo que parece o certo para a sociedade e para as famílias, e isso deixa muitos jovens ansiosos por cumprir à risca. Eu não cumpri à risca. O ciclo de vida seria: estudar, terminar o ensino médio, fazer vestibular aos 17 e passar, fazer um curso útil que dê uma carreira profissional legal, mas não por dom: tudo isso já pensando na estabilidade financeira. Durante a faculdade, ou na Igreja, já procurar um namorado para casar quando terminar a faculdade. Antes dos 30 já ter um emprego estável, um carro, um ap financiado (ou quitado, quem sabe), viagens programadas pro exterior nas férias. Casar. Filhos. Dois, porque você quer um casal. E logo, porque na volta da lua de mel já começam a cobrar: cadê os filhos?

Fp 3:13,14

Nada contra essas conquistas. A maioria nem depende de nós, são presentes de Deus. Mas eu (e a maioria) entraria fácil em depressão se começasse a usar essa lista como padrão. Já me descabelei muito pra fazer a sociedade e minha família feliz cumprindo-a. Não cumpri quase nenhum item. E eu parei de reclamar disso desde que percebi que essa lista gira em torno de nós mesmos; conquistas apenas pessoais não fazem mais os meus olhos brilharem. Desde quando podemos planejar exatamente tudo que vai acontecer na nossa vida? Quem disse que todos irão estudar, fazer pós, mestrado e doutorado? Propósitos de vida não seguem um padrão. É fácil declarar o Salmo 23 e dizer que o Senhor é o nosso Pastor, mas é difícil deixar que Ele nos guie. Não parece fácil dizer, nas reuniões de família (tipo Natal), que você tem 35 anos e nem namora. Não deve ser legal dizer, nas reuniões dos amigos de escola, que você tem 20 anos e ainda não começou um curso superior, quando todos já estão quase terminando. As pessoas encontram felicidade nesse tipo de realização. Veem um casal casado há 5 anos ainda sem filhos e lamentam. Mulheres de 40? Ah, essas não casam mais. Esquecem que foi com a própria vida que O nosso maior exemplo pagou o preço. Queremos ter, mas não pensamos no dia de amanhã. Confiamos na nossa própria vontade, não na vontade de Deus.

E não sei se é a velhice, mudanças meio inesperadas ou outros fatores que me fazem refletir sobre esse assunto, já compreendidos pelo meu coração. Sou mais feliz quando algo planejado por Ele acontece. Quando é algo que, eu mesma, nem queria, e que acaba dando tão certo. 

Que Ele coloque propósitos úteis na vida de muitos e desperte corações para o que está no ciclo que Ele mesmo determinou para cada uma de nós. E que mais corações se alegrem em fazer a Sua vontade.

Um beijo,
Duda.


*Ei, gente. Escrevi esse texto há umas semanas, antes da vovó falecer, e esse foi um dos assuntos que permeou meus pensamentos por dias. Como não havia postado, e sei que pode ajudar de alguma forma por ser também dilema pra muitos que acessam o blog, resolvi publicar.

Soundtrack:
Diante do Trono
Mandisa



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